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Cervejarias do Rio dominam o Mondial de la Bière

01/10/2016 Fonte: Veja Rio /Online

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No mercado há pouco mais de um mês, a Hocus Pocus Overdrive, uma das raras cervejas artesanais brasileiras (e cariocas) vendidas em lata, por cerca de 40 reais (473 mililitros), vem causando alvoroço entre os fãs das boas geladas. Exemplar do estilo northeast double IPA de alto teor alcoólico (8,2%) e amargor equilibrado, a bebida já ocupa o segundo lugar entre as marcas nacionais na rede social Untappd, referência no segmento. Seus criadores, Pedro Butelli, 30 anos, e Vinicius Kfuri, 28, conheceram-­se há quatro anos e começaram a preparar em casa suas receitas à base de lúpulo, malte, levedura e água, por pura diversão. Em setembro de 2014, a brincadeira ficou séria, e a Hocus Pocus estreou no mercado. De lá para cá, ganhou sete rótulos, alguns prêmios e até um bar, recém-inaugurado — e já badalado —, em Botafogo. Em dois anos, a produção inicial, de 1?000 litros, cresceu vinte vezes. A marca é o exemplo perfeito de um fenômeno em curso na cidade: a eclosão das cervejas ciganas, como são chamadas as pequenas marcas sem fábrica própria, que usam o espaço e o equipamento de terceiros.

Comuns nos Estados Unidos e na Europa, as cervejas produzidas nessa espécie de “barriga de aluguel” etílica ganharam impulso por aqui nos últimos quatro anos. Hoje, das cerca de oitenta microcervejarias registradas no estado, aproximadamente 70% recorrem ao esquema para processar suas receitas em escala industrial. Uma das precursoras, a 2Cabeças, que surgiu em 2012, abriu caminho para marcas festejadas, como Three Monkeys, 3Cariocas e as novatas Motim, Oceânica, de Niterói, e W*Kattz, de Nova Friburgo. A maior prova de vigor desse movimento poderá ser conferida no festival Mondial de la Bière, espécie de Copa do Mundo do ramo, que ocupará três armazéns do Píer Mauá, de 12 a 16 de outubro. Se na primeira edição do evento, em 2013, eram oito os representantes do Rio, a previsão é de que, neste ano, o número chegue a 55, em um total de 130 expositores. Em cinco dias, a expectativa de público é de 50?000 pessoas — 25% a mais que em 2015. A estimativa é bem factível, já que 80% dos ingressos já estão vendidos. “O crescimento do evento acompanha esse fenômeno no mercado”, diz Luana Cloper, gerente de negócios da Fagga, organizadora da feira. “Quando se leva em conta o número de expositores, somos quase do mesmo tamanho da feira original, no Canadá”, compara. “E muito desse crescimento se deve às marcas cariocas.”

Liderando a produção local, a variedade india pale ale — ou simplesmente IPA — e suas derivadas, sobretudo as de padrão americano, têm lugar cativo na preferência do público. O estilo amargo e de aroma acentuado caiu de vez no gosto dos cariocas. Tanto que elas são maioria no festival, onde serão apresentadas as novidades (veja a avaliação dos últimos lançamentos no quadro abaixo). “Há quatro anos, essa cerveja seria mais difícil para o consumidor iniciante”, observa o especialista Gustavo Renha. “Hoje é o grande xodó, sinal de que nosso paladar está evoluindo”, completa. Tal refinamento tem origem na chegada das primeiras cervejas especiais importadas, há cerca de dez anos. De certa forma, reproduzia-se ali o boom do vinho, nos anos 90. Mas, ao contrário do fermentado de uva, as loiras, ruivas e morenas recém-chegadas encontraram no Rio um ambiente muito mais favorável à popularização. Seja pelo clima, seja pela cultura dos bares, a cidade é, por si só, convidativa ao consumo da cerveja. O preço mais acessível e um processo de produção que independe de fatores como clima, solo e sazonalidade ajudaram a desenvolver uma pequena rede de fabricação local. Tampouco existe o preconceito de que as versões nacionais são inferiores às estrangeiras, como costuma acontecer com o vinho.

De olho nessa combinação de atributos, pequenas fábricas apostaram no segmento quando poucos davam atenção. A Mistura Clássica, de Volta Redonda, e a Fraga, instalada em Vargem Pequena, abriram caminho. A Noi, de Niterói, uma das mais premiadas, veio pouco depois. À frente do empreendimento, Osmar Buzin, no ramo da gastronomia há três décadas, percebeu que havia espaço para o negócio. “Os clientes elogiavam nossa comida, mas reclamavam não haver boas cervejas para acompanhar”, recorda. O próprio Buzin nunca deu muita atenção à bebida, até ganhar de presente de um cliente uma caixa de cervejas artesanais. “Fiquei encantado e comecei a amadurecer a ideia”, lembra. A marca foi lançada com seis rótulos e produção de 15?000 litros, apenas para atender ao restaurante. Hoje são doze estilos, três casas e dois quiosques em Niterói, além de um bar no Leblon e outro em Búzios. Ampliada, a fábrica produz 80?000 litros mas tem capacidade para 180?000.

Assim como aconteceu com o vinho, o interesse pelas cervejas impulsionou um setor paralelo. O Brasil, com consumo anual da bebida da ordem de 70 litros per capita e, em especial, o Rio tornaram-se campo fértil para cursos de especialização no assunto, os mesmos que os sócios da Hocus Pocus fizeram antes de se aventurar em seus experimentos na cozinha de casa. “É impressionante a quantidade de pessoas que procuram os cursos e querem se tornar empreendedores no ramo”, conta Gustavo Renha, que também é coordenador, no Rio, do Instituto da Cerveja Brasil. Pelo braço carioca da instituição, já passaram mais de 360 alunos nos últimos dois anos. O Senai Rio também se reestruturou para atender à demanda, com oito cursos de curta e longa duração para a produção e a degustação da bebida. Feiras como a Gastro Beer, na Quinta da Boa Vista, e a Lagoa Bier Fest (veja as datas abaixo) tornaram-se programas de fim de semana populares tanto entre aficionados como entre curiosos. Para quem ama cerveja, vivemos um momento especialíssimo, que merece ser devidamente brindado.

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